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Consignado CLT: R$ 3,3 bilhões em duas semanas


Foto: luis_molinero/Freepik

As instituições financeiras emprestaram R$ 3,3 bilhões em duas semanas para os trabalhadores com carteira assinada do setor privado por meio da nova linha de crédito com garantia do FGTS. Os números são do Ministério do Trabalho.

Os estados de São Paulo e Rio de Janeiro lideram os empréstimos, com volume de R$ 1 bilhão.

O valor ainda segue distante da estimativa de que podem ser liberados mais de R$ 100 bilhões em três meses, mas está dentro das expectativas iniciais tanto do governo quanto da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) que a linha de crédito vai ganhar força com o passar do tempo.

"A largada do banco é diferente da nossa largada [em 21 de março]. Largada do banco é 25 de abril. O maior número de ingressos de crédito vai ser a partir de 25 de abril, pois os bancos vão insistir, vão atuar agressivamente para fazer essa migração dos créditos mais caros, com maior juro, para a o consignado do setor privado", avaliou o secretário-executivo do Ministério do Trabalho, Francisco Macena, ao g1.

Nesta modalidade, as parcelas são quitadas com desconto no contracheque, ou seja, no salário do funcionário que pega um empréstimo em uma instituição financeira.

Com o novo programa, todos os trabalhadores com carteira assinada poderão contratar essa modalidade de empréstimo, podendo usar até 10% do saldo do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) como garantia e, também, 100% da multa rescisória na demissão sem justa causa (que equivale a 40% do valor do saldo).

  • Disponível desde 21 de março pela carteira de trabalho digital, o crédito também estará disponível pelos canais eletrônicos dos bancos a partir de 25 de abril.
  • Também a partir de 25 de abril, será possível fazer a "migração" (troca) de uma linha de crédito mais cara, como o CDC, por exemplo, para o consignado com garantia do FGTS.
  • O trabalhador que desejar fazer a migração para deverá se manifestar via Carteira de Trabalho Digital ou pelos canais de atendimento do seu banco.

De acordo com Macena, do Ministério do Trabalho, os bancos informaram que vão trabalhar para "migrar" cerca de R$ 85 bilhões dos R$ 320 bilhões de empréstimos existentes na linha conhecida como CDC (crédito direto ao consumidor).

  • Segundo dados do Banco Central, a taxa média dos bancos para CDC, em janeiro deste ano, foi de 5,93% ao mês.
  • Já no cheque especial das pessoas físicas, a taxa média em janeiro foi de 7,38% ao mês.
  • Já o consignado ao setor privado, com as regras antigas ainda, que exigiam acordo entre as empresas e os bancos, teve juro médio de 2,92% ao mês em janeiro.
  • Já o consignado ao servidor público e a aposentados e pensionistas, respectivamente, tiveram juros médios de 1,82% e de 1,75% ao mês em janeiro.
  • A taxa que o trabalhador vai conseguir no banco vai depender da análise de risco que as instituições financeiras farão com base no seu tempo de trabalho e histórico de operações de crédito, entre outros fatores.

Fonte: G1